Sem dúvida o desenvolvimento das
ciências está atrelado ao desenvolvimento econômico, social, político e
religiosos da época. A indústria artesanal desenvolveu-se com os burgueses devido
ao surgimento de novas técnicas de fabricação de manufaturas. Com o aumento da
produção as transformações sociais foram inevitáveis. Entre o fim da Idade Média
(fins do séc. XIII) e início da Id. Moderna (meados do séc. XVII) ocorreu o
fenômeno do Renascimento que impulsionaram as artes, as ciências e a economia
em escala devido a acumulação de capitais, diversificação das sociedades comerciais.
Esse período, denominado a Era Técnica, foi muito importante para a história da
humanidade. Tivemos Copérnico (1473-1543), Galileu (1564 - 1642) e Newton
(1643-1727), que revolucionaram a visão do mundo.
A Ascensão da burguesia e o
mercantilismo impulsionaram o interesse pela Contabilidade, pois aumentou a
necessidade de registrar, controlar e organizar as atividades econômicas para
fins de prestação de contas aos investidores e credores. Manuais e tratados
desta época já davam noções dos livros diário e razão, contas de armazenamento,
lucros e perdas, tudo para auxiliar o comerciante em seus negócios. O
pensamento positivista do protestante para o trabalho, à acumulação da
riqueza e progresso material também foi importante para impulsionar o comércio,
a indústria e as ciências gerenciais (contabilidade e administração). Devidos
aos conflitos religiosos, a mobilidade do protestantismo levou a
contabilidade para diversos continentes, principalmente para o novo mundo.
Informações
complementares:
A burguesia é uma classe social
que surgiu na Idade Média (séculos XI e XII) na Europa que se dedicava ao
comércio de mercadorias e prestação de serviços (inclusive atividades
financeiras), proporcionando o desenvolvimento econômico de muitas nações europeias.
O consequente crescimento do comércio e fortalecimento da burguesia encontrou
apoio nas ideias do protestantismo, que pela corrente Calvinista, defendia o
lucro. A partir do século XIX, a burguesia passou a ser identificada como a
classe dominante de produção capitalista e, como tal, foram-lhe atribuídos os
méritos do progresso tecnológico, mas foi também responsabilizada pelos males
da sociedade contemporânea.
Mercantilismo é o sistema econômico que defende a
ideia de que o Estado (os nobres) deve controlar as atividades produtivas e
comerciais porque só assim pode se fortalecer/dominar o comércio. Em outras
palavras o Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas
desenvolvido na Idade Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII,
suportado por um conjunto de medidas econômicas baseados em acordos dos Estados
dominantes. Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia com
o acúmulo de riquezas (metais, moedas). Consistiu numa série de medidas
tendentes a unificar o mercado interno e a formação de fortes Estados
nacionais.
O protestantismo marca a divisão
da igreja católica no início do sec. XVI devido as ideias reformistas de
Martinho Lutero e João Calvino, que geraram vários conflitos entre os cristãos
e entre os países europeus impulsionando a migração dos europeus para novas
colônias (novo mundo). Max Weber, autor da “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas das
culturas do Ocidente e do Oriente que se desenvolveram de formas diversas, que
levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional e legal
nos países ocidentais. Consequentemente a expansão do comércio e da
contabilidade deve-se a esses fatores políticos e religiosos.
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