sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Como a Burguesia, o Mercantilismo e o Protestantismo alavancaram a Contabilidade?



Sem dúvida o desenvolvimento das ciências está atrelado ao desenvolvimento econômico, social, político e religiosos da época. A indústria artesanal desenvolveu-se com os burgueses devido ao surgimento de novas técnicas de fabricação de manufaturas. Com o aumento da produção as transformações sociais foram inevitáveis. Entre o fim da Idade Média (fins do séc. XIII) e início da Id. Moderna (meados do séc. XVII) ocorreu o fenômeno do Renascimento que impulsionaram as artes, as ciências e a economia em escala devido a acumulação de capitais, diversificação das sociedades comerciais. Esse período, denominado a Era Técnica, foi muito importante para a história da humanidade. Tivemos Copérnico (1473-1543), Galileu (1564 - 1642) e Newton (1643-1727), que revolucionaram a visão do mundo.

A Ascensão da burguesia e o mercantilismo impulsionaram o interesse pela Contabilidade, pois aumentou a necessidade de registrar, controlar e organizar as atividades econômicas para fins de prestação de contas aos investidores e credores. Manuais e tratados desta época já davam noções dos livros diário e razão, contas de armazenamento, lucros e perdas, tudo para auxiliar o comerciante em seus negócios. O pensamento positivista do protestante para o trabalho, à acumulação da riqueza e progresso material também foi importante para impulsionar o comércio, a indústria e as ciências gerenciais (contabilidade e administração). Devidos aos conflitos religiosos, a mobilidade do protestantismo levou a contabilidade para diversos continentes, principalmente para o novo mundo.

Informações complementares:

A burguesia é uma classe social que surgiu na Idade Média (séculos XI e XII) na Europa que se dedicava ao comércio de mercadorias e prestação de serviços (inclusive atividades financeiras), proporcionando o desenvolvimento econômico de muitas nações europeias. O consequente crescimento do comércio e fortalecimento da burguesia encontrou apoio nas ideias do protestantismo, que pela corrente Calvinista, defendia o lucro. A partir do século XIX, a burguesia passou a ser identificada como a classe dominante de produção capitalista e, como tal, foram-lhe atribuídos os méritos do progresso tecnológico, mas foi também responsabilizada pelos males da sociedade contemporânea.

Mercantilismo é o sistema econômico que defende a ideia de que o Estado (os nobres) deve controlar as atividades produtivas e comerciais porque só assim pode se fortalecer/dominar o comércio. Em outras palavras o Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Idade Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII, suportado por um conjunto de medidas econômicas baseados em acordos dos Estados dominantes. Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia com o acúmulo de riquezas (metais, moedas). Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e a formação de fortes Estados nacionais.

O protestantismo marca a divisão da igreja católica no início do sec. XVI devido as ideias reformistas de Martinho Lutero e João Calvino, que geraram vários conflitos entre os cristãos e entre os países europeus impulsionando a migração dos europeus para novas colônias (novo mundo). Max Weber, autor da “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas das culturas do Ocidente e do Oriente que se desenvolveram de formas diversas, que levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Consequentemente a expansão do comércio e da contabilidade deve-se a esses fatores políticos e religiosos.

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores